Bem vindo ao meu universo! Neste blog você encontrará textos de autoria de Ana Teresa Araújo Viana. Alguns textos são reflexões sobre diversos assuntos, outros são apenas o resultado de alguma madrugada inspiradora. Sem mais delongas, Deixa a Alma Respirar!







sexta-feira, 22 de outubro de 2010

"Tu te tornas responsável por aquilo que cativas."

Hoje me deparei com uma parte do livro "O Pequeno Príncipe". A temática era exatamente a do título deste post: "Tu te tornas responsável por aquilo que cativas". Mas, o que é cativar? O principezinho fez essa mesma pergunta à raposa. E essa foi - a espetacular - resposta:
"É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo. Minha vida é monótona (...). Mas se tu me cativas, minha vida será como cheia de sol. Conhecerei o teu barulho de passos, que será diferente dos outros. Os outros me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando tiveres me cativado. O trigo, que é dourado fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo..."
Como não refletir sobre isso, depois de uma resposta tão linda, tão apaixonada, tão... cativante?! A quanto tempo não cativamos alguém? A quanto tempo não somos cativados? A quanto tempo não vemos os relacionamentos dessa maneira tão profunda, tão poética?
"E a raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:- Por favor... cativa-me! Disse ela."
Porque nunca pedimos para ser cativados? Porque toda essa vergonha, esse medo de demonstrar o desejo de ser parte da vida de alguém? Porque não ser como a raposa, e pedir, que, por favor, alguém nos cative? Porque não aceitar ser cativado por alguém? Porque essa resistência em ser cativado, em se deixar cativar?
"Bem quisera, disse o principezinho, mas não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer."
Porque é mais fácil ser como o príncipe, e se preocupar com tantas coisas, e se esquecer da beleza de cativar e ser cativado? Porque não ser a raposa, que pede, que demonstra a vontade de ter um relacionamento nada superficial? Será que é porque dá mais trabalho, requer mais tempo? E não temos tempo para nada, não é? A pressa nos corrompe e nos corrói... Pressa em viver, pressa em conquistar relacionamentos, pressa para conhecer as pessoas, pressa para respirar!
"Mas a gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa."
Queremos descobrir amigos, queremos conhecer as coisas... mas não queremos usar nosso tempo para cativá-las! E de nada adianta, porque o que não cativamos, não conhecemos de verdade.

Você já cativou alguém? Você já se deixou cativar?

3 comentários:

  1. Oi Ana Tereza, e o pequeno príncipe ainda disse:"Eu não preciso de ti e tu nã necessitas de mim, mas se me cativas eu serei a única para ti e tu serás a único para mim. Por favor cariva-me". realmente como Saint Antoine de Exuperry, sobre expressar tão bem a alma de uma criança, que nos faz rever nossos conceitos, será se fomos cativados? Temos alguém único para nós, ou sempre estamos a procura?...Você Ana, sempre nos cativou. Parabéns

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  2. Tia Lia, obrigada por acompanhar meu blog! Tenha certeza que a senhora cativa a todos que estão ao seu redor através de sua atenção, seu amor, sua consideração.
    Beijos!

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  3. Tenho esse livro Ana, realmente uma lição de vida... Num canso de te parabenizar. Bjaun mocinha!!!

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