Bem vindo ao meu universo! Neste blog você encontrará textos de autoria de Ana Teresa Araújo Viana. Alguns textos são reflexões sobre diversos assuntos, outros são apenas o resultado de alguma madrugada inspiradora. Sem mais delongas, Deixa a Alma Respirar!







sexta-feira, 21 de outubro de 2011

De uma vestibulanda para outros vestibulandos.

Temos mania de querer a vida "pra ontem". Ninguém quer mesmo "perder tempo". Mas entre uma correria e outra, a gente quase sempre se esquece que...
A beleza da vida é justamente essa gama de opções, de possibilidades. Há uma reversibilidade desconcertante e maravilhosa. Digo, você sempre pode voltar atrás e começar de novo. Diariamente, sabe? É isso. Cada novo dia é uma segunda chance. Pra consertar o que anda meio quebrado, pra fazer de novo, e de novo, e outra vez, se for preciso. A gente é que, na nossa ansiedade bem-intencionada, coloca o carro na frente dos bois e acredita que tem que ser hoje, agora, nesse minuto ainda. E, se as coisas não acontecem do nosso jeito, ao nosso tempo, a gente chora e dá chilique, feito criança mimada. Mas a vida é uma escola... e cada nova experiência nos ensina que esperar não é perder tempo. Esperar é se preparar melhor para o bom que está por vir. Isso em relação a tudo... vestibular, relacionamentos, pessoas, carreira. No tempo de espera, a gente aprende, a gente revisa, revê, amadurece o propósito, renova o objetivo, o ideal. O tempo de espera é importante também! Por isso é tão fundamental, às vezes, desacelerar... porque nessa ânsia louca de sucesso e finais, acabamos atropelando a nós mesmos. Na pressa para chegar logo, muitas vezes a gente dá um passo maior do que a perna e acaba perdendo o equilíbrio. E cai. E se machuca.
"Todas as coisas têm um tempo certo debaixo dos céus". Comodismo para uns, zona de conforto para outros, sei lá. Não sei como você encara essa frase, mas eu acredito profundamente nela. Alguma coisa me diz que as coisas acontecem quando elas têm que acontecer. Parecido com aquela história de "tudo o que é pra ser seu vem para você". Claro que as coisas não vêm de mão beijada, isso é evidente e natural. Todas as coisas têm de ser lutadas. Mas a parte que nos cabe é a NOSSA luta. Muito mais do que isso, não podemos fazer. Se você tem feito a sua parte, se você tem consciência das suas lutas, relaxe. Isso é tudo o que importa. Algumas coisas fogem mesmo ao nosso controle. Se não for dessa vez, paciência. Ano que vem tem de novo... uma nova chance, uma nova oportunidade, novas pessoas, novos encontros, novas possibilidades. Uma reprovação no vestibular não diz muita coisa sobre você. Não define quem você é, não diminui o seu valor enquanto ser humano. É lógico que todo mundo quer passar e, se você estudou, se preparou, é normal que você QUEIRA MUITO passar agora, afinal você quer ver o resultado concreto do seu esforço e da sua dedicação. Eu desejo de coração que essa vitória seja sua... Mas, se não for dessa vez, vamos ter um pouco mais de calma. Vamos aprender a respeitar o nosso ritmo, o nosso tempo. Vamos lutar de novo enquanto esperamos nossa vez.

Boa sorte para todos nós! :)

sábado, 15 de outubro de 2011

Sobre tetos vermelhos, rotina, ordens implícitas e não saberes.


Arissa abriu os olhos e contemplou o teto branco do quarto. Teto sem graça. Sem cor também. Afinal, desde quando branco é cor? Branco é branco, branco e só. Arissa estava em meio a tédios. Uma doce menina entediada pode decerto promover muitas mudanças. Levantou-se da cama, olhou-se no espelho, focalizando em primeiro plano seus olhos castanhos. Sempre tão úmidos, olhos tão gelatinosos, oblíquos, aquosos. Pareceriam estranhos a outros olhos? Ela não sabia. Mas gostava deles. Eram... diferentes. Sutilmente diferentes. Arissa apreciava todas as coisas diversas. Talvez por isso estivesse tão incomodada com a sua rotina. Rotina! Que palavra mais nojentinha, ela pensava. Sem graça, sem cor. Que nem o teto do quarto! Não era à toa que o pensamento de Arissa voava tão facilmente. Algo magnético a levava a idéias inusitadas. E se eu terminasse o colégio e decidisse viajar pela Europa inteirinha? Mas e a faculdade, Arissa? Só quero um curso de fotografia. Arissa só desejava aquilo que pudesse aproximá-la dela mesma. Durante as aulas de química, Arissa era a mais avoada. De que adianta saber tudo sobre tabelas periódicas, quando não sei sequer em que acredito? Ai, Arissa. Por quê você tinha que ter sempre perguntas tão complicadas?
E ela quer saber porque tem de haver tantas ordens implícitas no mundo. E ela quer saber porque dizer liberdade soa falso. Arissa, sempre com tantas filosofices. Ai, essa rotina ainda me mata! A vida toda passando, assim, tão veloz, e Arissa nem sequer teve tempo para pensar no que fazer com tantos segundos e minutos ligeiros! A vida assim tão sem graça, tão sem cor... Que nem o teto do quarto. Arissa sabe tudo o que deve fazer. A lista é extensa e ingrata. Mas ainda não descobriu o que quer fazer. São tantas as possibilidades.
E se eu cair? Alguém me levanta? E se der errado? Eu volto atrás e faço certo. E se eu me arrepender? Quem é que se arrepende diante da felicidade?
De repente, a menina cai em si, desvincula-se de tantos devaneios. De uma coisa, Arissa agora tem certeza:
- Esse teto eu vou pintar é de vermelho!

sábado, 1 de outubro de 2011

Bonito mesmo é ser você

Bonito mesmo é ser você. Assim, desse jeito, sem tirar nem pôr.
Sabe os padrões de beleza, de comportamento, disso, daquilo? Aqueles que são ditados pela mídia e blá-blá-blá? Pois é. Esqueça-os. Assuma-se como você é... não faz sentido pautar a vida na busca pela perfeição.
Às vezes nos fazem acreditar que só pode ser bom aquilo que é perfeito. Mas o que é a perfeição? Para mim, é um conceito tão abstrato quanto pessoal. O que é perfeito para mim pode não ser perfeito para você, e vice-versa.
Relacionamentos perfeitos? Pessoas perfeitas? Corpos perfeitos? Vida perfeita? Tenho aqui as minhas dúvidas. Se para você ser perfeito é sinônimo de ser irretocável, em todos os sentidos cabíveis a essa palavra, então não há a mínima possibilidade de haver algo perfeito no mundo.
Mas o que dizer daquelas pessoas que amamos? Apesar de todos os seus defeitos, não se tornam aos nossos olhos seres 'perfeitos'? A época mais feliz de nossas vidas, aquela época que consideramos 'perfeita', era de fato irretocável, em todos os mínimos detalhes? Provavelmente não.
Isso quer dizer que não precisa ser absolutamente perfeito para ser incrível.
Você não precisa ser perfeito para ser feliz e para fazer as outras pessoas felizes. Você não precisa ser perfeito para ser amado, para ser aceito.
Dito assim, isso soa a coisa mais óbvia do mundo, mas a maioria de nós esquece disso no dia-a-dia e seguimos buscando a perfeição, acreditando que só seremos plenamente felizes quando formos melhores nisso ou naquilo, quando operarmos o nariz, quando tivermos uma conta bancária de X dígitos, etc.
A gente vive esperando ser perfeito, para só depois ser feliz. E desejamos tanto, tanto a perfeição que nem paramos para pensar no que ela realmente significa. E se for perfeito, como você sempre sonhou, mas no final das contas não fizer você feliz?
A vida é maravilhosa porque nos permite fazer várias opções. Não tem isso de 'game over', não. A vida é sempre um recomeço. Sempre é tempo de decidir o que é prioridade para você. Buscar a perfeição ou buscar a felicidade? Porque há uma enorme diferença entre uma coisa e outra.
Quanto tempo nós já perdemos esperando para sermos felizes no dia em que nos descobríssemos perfeitos?
Com certeza, muito mais tempo do que a gente gostaria.



"A beleza está no espelho para o qual você olha todos os dias. Curta a sua existência."
De vez em quando todo mundo precisa de um bilhetinho igual a esse, né?
;)