A eterna tentativa de viver um dia de cada vez. A eterna tentativa de subir um degrau de cada vez, rezando pra estar no topo da escada logo. Os olhos fechados ou abertos, os pés firmes ou não, vamos tentando. Às vezes parece ser mais difícil para nós do que para os outros. É, eu sei, às vezes temos certeza de que para nós tudo é mais sofrido, mais duro, mais difícil. Mas ei, não é! Todos estão tentando, o tempo todo, subir o tal degrau: no fundo está todo mundo tentando viver um dia de cada vez, porque viver os 365 de uma vez não dá! É complicado lembrar que todos têm problemas, principalmente naquelas horas em que tudo dá errado, em que nos sentimos os últimos seres na escala de importância do universo. Quando os dias e dias passam devagar, passam cinzentos e passam mórbidos, porque não vemos razão, motivos para ser, para ficar, para permanecer, para continuar. A vida parece tão dura e tão ingrata nessas horas! Toda a cor sumiu do mundo, e nem a elegância do preto e branco conseguimos enxergar. É quando eu lembro que não estou sozinha nesses sentimentos, nessa ânsia de fazer dar certo, de conquistar dias mais felizes! Eu percebo que há 50 anos pessoas se sentiram assim, que daqui a 50 anos alguém se sentirá assim, e que o mundo vai continuar, apesar disso. Eu me lembro que a dor do vizinho não é menor só porque não é minha. E eu me lembro ainda que as coisas serão tão ruins quanto eu deixar que elas sejam. E mesmo com toda a vontade de ser pessimista, de ficar na cama o dia inteiro, eu me levanto, eu continuo. Então escuto alguém contar problemas semelhantes, ou mais graves, ou menos graves... E eu vejo que não, não estou só. Nem nos dias cinzentos, nem nos dias azuis. Foi então que eu percebi que tem sempre alguém chorando ou sorrindo ao mesmo tempo, com a gente. E que "eu não vim até aqui pra desistir agora". E, quer saber? "Se depender de mim, eu vou até o fim!".
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