É que às vezes as palavras cansam a gente. E a gente de repente se cansa de descrever cenas tão lindas, lugares tão acolhedores, pessoas tão adoráveis. A gente se cansa num repente, se cansa de estar sempre a escrever um conto de fadas inalcançável. Como a costureira que se cansou de costurar pros outros aquilo que ela mesma tem vontade de vestir. Ou então como o mágico que está farto de fazer crianças rirem de truques que ele sabe serem muito fajutos. Porque ele sabe que no fundo, são apenas truques, não há mágica ali. Porque há muito tempo ele parou de acreditar em magia. É que as vezes um escritor se cansa também do seu ofício... costurar mundos mágicos de perfeição. Que ele tem que ser tanta coisa de uma vez! Mágico, costureira, ator, poeta, navegante, descobridor, sabiá preso na gaiola mas que canta tão bonito... Mas dizem que o sabiá um dia cansou de cantar, também. E ele só chora quando lembra da menina que sonhou um mundo inalcançável através das palavras que ele botou ali naquele papel. E da mãe que um dia olhou praquele poema e desejou que o filho fosse escritor que nem ele, um dia. Tão triste ter tantas palavras em si e ser tão vazio de vida, de cor, de sangue correndo nas veias, de alegria em rompantes de otimismo! Tão triste saber que no fundo aquilo que se escreve só serve pra aplacar a tristeza de uma vida tão invida, pra preencher um vazio de mundo idealizado que ele sabe não existir! Dizem que até os palhaços choram de vez em vez.
O que resta então de um escritor que não tem vontade de palavra mais?
Resta só um bocadinho de esperança ali no lado esquerdo do peito, esperança de acreditar naquilo que ele escreve...
Resta só a vontade de encontrar as cenas bonitas descritas, os lugares acolhedores, as pessoas tão adoráveis que ele já cansou de escrever.
Resta o desejo de acordar num dia bem quente, olhar pela janela e ver um mundo bem diferente, e no cantinho da esquina vislumbrar sua própria assinatura... como pintor que reconhece mais um quadro seu.
Verdade.
ResponderExcluirÉ o que resta...
Parabéns pelo fascinante texto.
Não consigo achar palavras para descrever esse seu texto. Me sinto meio assim às vezes, como esse escritor; um dia tudo isso muda. Parabéns.
ResponderExcluirAgradeço a vocês por estarem acompanhando de perto o Deixa a Alma Respirar!
ResponderExcluirMuito obrigada pelo incentivo. Fico feliz em ver que gostaram desse texto.
"O dia em que até o palhaço chorou" é, antes de tudo, um texto muito verdadeiro. Daqueles que surgem em algum cantinho da alma e num instante tomam conta da gente. É um texto-desabafo. Acho mesmo que todo escritor se apaixona um dia pelo que escreve... e se decepciona ao descobrir que o mundo real não é, nem de longe, um vestígio daquele seu poema bonito.
Carinhoso abraço.
Ana Teresa A. Viana
Tem um presente pra você no meu blog:
ResponderExcluirhttp://meninasegredos.blogspot.com/2011/03/meu-selo-agradecimento.html
Se gostar e aceitar, comente!
Bjaum.*.*.
Tiro compasso espaço
ResponderExcluirQue faço?
Um laço,abraço
Lembrança regaço
Saudades amor?
Flor ,olhei!
Te amei,que tristeza ficou
Chorei.
Que regaço
Que abraço
Que laço
Só com a lembrança fiquei.
O rosto pintei.
A lagrima?Chorei.
Adeus.
OUÇA O TANGO!
ResponderExcluirÉ TAO SUBLIME E TRISTE
É TÃO FORTE,COMO O GRITO D'ALMA
É TÃO PESADO,COMO O SOLUÇO
DA MULHER AMADA.
OUVI-LO?.HA HAHAHA!
É TÃO SUAVE COMO A BRISA DA MANHÃ
É TÃO DOCE QUANTO TE AMAR.
É TÃO TRISTE COMO A SAUDADE DO SEU
SORRISO QUE FICOU.
SEMPRE TE AMAREI.
ENTÃO ADEUS.