Bem vindo ao meu universo! Neste blog você encontrará textos de autoria de Ana Teresa Araújo Viana. Alguns textos são reflexões sobre diversos assuntos, outros são apenas o resultado de alguma madrugada inspiradora. Sem mais delongas, Deixa a Alma Respirar!







domingo, 31 de outubro de 2010

Até os heróis.

Como é fácil se apoiar nos bons exemplos de outras pessoas! Difícil mesmo é ser um bom exemplo para os outros. Como é fácil esperar dos outros! Difícil mesmo é esperar de nós mesmos. Quando elegemos alguém para ser nosso referencial, ou até mesmo quando admiramos demais alguém, colocamos sobre essa pessoa uma responsabilidade muito grande. Afinal, esperamos que ela seja correta, generosa, amiga e mais mil e uma qualidades em tempo integral. Mas aí entra uma questão importante: ninguém é perfeito, muito menos o tempo todo! Somos todos humanos. Às vezes, esquecemos disso, e sobrecarregamos as pessoas de expectativas e desejos, na maioria das vezes, irreais. Desse esquecimento provém a decepção, a frustração. No fundo, não estamos decepcionados com a pessoa em si, mas sim com a pessoa idealizada que construímos. Criamos, então, uma situação ruim para ambos: para nós mesmos e para aqueles que soterramos de expectativas. O quê? Você não sabia que expectativa demais também soterra?
Quando me deparei com essa reflexão pela primeira vez, confesso que meu primeiro pensamento foi: "Vai dizer que agora está errado esperar alguma coisa boa de alguém?!". Refleti, e concluí que não é questão de ser errado ou não. Claro que você pode esperar o que quiser de quem você quiser. É uma escolha de cada um. E, como toda escolha, inclui consequências. É o pacote completo. E a consequência de uma grande idealização é a possiblidade de uma decepção de proporções semelhantes. Mesmo porque não estamos livres de errar, por melhor que sejamos. Afinal, "os heróis também têm o direito de sangrar." Então, tenho tentado esperar menos dos outros, e prestar mais atenção às minhas atitudes. Mais ou menos assim: não esperar dos outros algo que eu não sou capaz de fazer, não exigir de alguém a perfeição inexistente em mim. Pode até parecer uma ideia muito prática, muito realista, a princípio. E é mesmo. Mas serve para aprender uma coisa: esperar dos outros só torna a felicidade mais difícil de se alcançar. Resolvi que não colocaria algo tão precioso quanto a minha felicidade nas mãos de algo tão incerto quanto a atitude dos outros. Resolvi esperar menos dos outros e mais de mim.

sábado, 30 de outubro de 2010

A cor preferida.

Hoje quero olhar bem nos teus olhos... E me demorar nesse olhar. Hoje quero descobrir a cor exata das tuas íris, só para garantir que são mesmo azuis. E quando eu contemplar a cor do teu olho azul, me perderei na extensão do mar, só para me encontrar. E quando eu olhar o teu olho azul, nunca mais lamentarei os dias em que não olhei para o céu. Quando eu olhar para o teu olho azul, nunca mais lamentarei mais nada.
O teu olho tem a minha cor preferida, mas será que eu iria preferir azul se não fosse da cor do teu olho? Provavelmente não. Desculpe a divagação, mas é que quando penso em teus olhos não consigo pensar. Pelo contrário, quando penso em teus olhos me perco em meus pensamentos. Isso sim foi o que eu quis dizer. Agora descobri que quando penso em teus olhos não consigo me expressar com clareza. Jamais terei a clareza de teus olhos. Mas isso não me preocupa, ah, não. A única coisa que me preocupa é não ver os teus olhos esta noite. Ou quem sabe teus olhos não me virem. As duas coisas. Mas, e daí? Os teus olhos são azuis.
Tenho cá comigo uma questão: acho que os teus olhos me encantam não por serem azuis, e sim por serem os teus. Isso. Fossem teus olhos castanhos, eu adoraria o castanho. Fossem os teus olhos verdes, eu ansiaria em ver essa cor. Fossem os teus olhos negros, que eu jamais temeria a escuridão da noite. Mas eles são azuis... Docemente. Simplesmente. E eu só posso amar essa cor.
Se perguntarem qual a minha cor preferida, portanto, não é justo dizer "azul". Diriam que é porque eu amo o céu, porque sonho com o mar. Mas eu não sonho com o mar. Eu sonho contigo. Diga então que a minha cor preferida é a cor dos teus olhos. E só.

Apenas suposições.

Ei, talvez não esteja tudo tão errado assim. Talvez seja a hora de deixar as máscaras caírem, talvez seja a hora de deixar o esconderijo e deixar que a luz brilhe sobre mim... Talvez seja a hora certa, talvez eu esteja exatamente onde eu deveria estar. Talvez eu seja a parte que esteja faltando em alguém, talvez eu seja necessária para a felicidade de alguém! Talvez haja alguém no mundo que me procure, mesmo com todos os meus defeitos, que se encante pelo meu eu integralmente, apesar de meus defeitos, apesar de minhas qualidades... Talvez a mesma pessoa que eu procuro esteja à minha espera! Talvez eu nunca mais deva desistir de ser quem eu quero ser. Ei, talvez seja a hora de começar a ser feliz, a partir de agora, sem protelar mais essa felicidade... Sem deixá-la pra amanhã! Talvez isto seja real... Eu sei que agora é tempo de incertezas e de talvezes. Mas não é talvez que a certeza chegará... Eu ainda vou encontrar aquilo que eu procuro, eu ainda vou saber quem eu sou, de verdade, e um dia eu vou escrever tudo isso sem precisar do talvez. E isso não é uma suposição. Ei, talvez essa seja a minha única certeza: a de que um dia eu chegarei aonde eu quero ir.

Nem tanto assim.

A eterna tentativa de viver um dia de cada vez. A eterna tentativa de subir um degrau de cada vez, rezando pra estar no topo da escada logo. Os olhos fechados ou abertos, os pés firmes ou não, vamos tentando. Às vezes parece ser mais difícil para nós do que para os outros. É, eu sei, às vezes temos certeza de que para nós tudo é mais sofrido, mais duro, mais difícil. Mas ei, não é! Todos estão tentando, o tempo todo, subir o tal degrau: no fundo está todo mundo tentando viver um dia de cada vez, porque viver os 365 de uma vez não dá! É complicado lembrar que todos têm problemas, principalmente naquelas horas em que tudo dá errado, em que nos sentimos os últimos seres na escala de importância do universo. Quando os dias e dias passam devagar, passam cinzentos e passam mórbidos, porque não vemos razão, motivos para ser, para ficar, para permanecer, para continuar. A vida parece tão dura e tão ingrata nessas horas! Toda a cor sumiu do mundo, e nem a elegância do preto e branco conseguimos enxergar. É quando eu lembro que não estou sozinha nesses sentimentos, nessa ânsia de fazer dar certo, de conquistar dias mais felizes! Eu percebo que há 50 anos pessoas se sentiram assim, que daqui a 50 anos alguém se sentirá assim, e que o mundo vai continuar, apesar disso. Eu me lembro que a dor do vizinho não é menor só porque não é minha. E eu me lembro ainda que as coisas serão tão ruins quanto eu deixar que elas sejam. E mesmo com toda a vontade de ser pessimista, de ficar na cama o dia inteiro, eu me levanto, eu continuo. Então escuto alguém contar problemas semelhantes, ou mais graves, ou menos graves... E eu vejo que não, não estou só. Nem nos dias cinzentos, nem nos dias azuis. Foi então que eu percebi que tem sempre alguém chorando ou sorrindo ao mesmo tempo, com a gente. E que "eu não vim até aqui pra desistir agora". E, quer saber? "Se depender de mim, eu vou até o fim!".

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Ela sente falta. Falta de um rosto que nunca viu, de um abraço que nunca sentiu, de um sorriso nunca vislumbrado, de alguém nunca conhecido por ela. Aonde quer que ele vá, ele olha para todos os lados, mas sabe que ela não está ali. Ainda não. Ela sentiria se ele estivesse. Ou não? Todas as suas experiências não foram suficientes. Ela ainda não o encontrou. Ele sabe que toda a sua vida terá valido de nada, será uma poeira no universo sem brilho algum, ela sabe que nada fará sentido se ele não a encontrar. Ei, onde você se esconde? Ela quer gritar. Mas ele pede paciência a si mesmo, ela pede calma, impossível calmaria para uma alma ansiosa pelo complemento final. Mas ela aguenta firme, ele acorda e se levanta, ela levanta e sai da cama, ele se veste, ela abre a porta da rua e caminha para onde deve ir. Porque ela gosta de imaginar que cada passo que dá a conduz até o momento certo... Porque ela pressente que o reencontro virá! Sim, ela já o conhece, ela chega à conclusão. Ela já o ama sem saber. Mas agora ele já sabe. Ela ama todos os seus traços, ela conhece todos os seus sorrisos e seus trejeitos. Ela consegue até ouvir aquela voz se ela se esforçar. Sim, ele já a conhece! O rosto já é conhecido, o abraço já foi sentido, o sorriso, muitas vezes vislumbrado, o alguém, tão amado. Onde mesmo foi que se perderam um do outro? Que anjo malino os empurrou dos céus, fazendo com que caíssem tão longe um do outro? E onde afinal está o anjo perdido? Porque é tão difícil, porque tantas pessoas erradas estão no caminho, porque é tão difícil encontrá-lo? Ei, tudo devia ser bem mais fácil, você sabe. A vida devia ser prazerosa e bela, e o seu sorriso devia ser o verdadeiro raio de sol. Os seus olhos deveriam ser o espelho no qual ele se observaria, os seus olhos deveriam ser o mar com o qual ela sonha! Ei, porque tanto tempo perdido? Quando é que vão se perceber? Você não vê, que a hora está chegando, que ela não consegue mais? Ei, o amor tem pressa, tem urgência, mas não tem hora certa pra chegar. Você é um tolo atrasado. Ela ri dizendo isso, aliás, ela quase ri dizendo isso. Você é a tola atrasada que eu amo, ele murmura baixinho. Mas ela sabe que todos os caminhos conduzem a ele. E os seus caminhos apontam para ela. Vai chegar. Cada amanhecer faz mais próximo. Ela sabe. Ele também.

domingo, 24 de outubro de 2010

Por um mundo melhor.

A todo momento vemos notícias e mais notícias ruins na Tv, no rádio, no jornal... Gente que matou, que roubou, que abusou de criança e de adulto, que sequestrou, além dos crimes ambientais... Até a internet, que é um meio tão útil de comunicação, que poderia ser usado para aprender outras línguas, outras culturas, para diversão saudável, vem sendo mal utilizada. Entramos num bate papo cujo principal objetivo é fazer amizades e tudo o que vemos pela frente é pornografia verbal e até mesmo visual... Crianças que brincam inocentemente na internet, e se deparam com pedófilos ou conteúdos impróprios. E eu fico pensando: até quando? Até quando o ser humano vai insistir em desrespeitar a si mesmo, e ao outro? Até quando o ser humano vai impedir o outro de viver bem e com tranquilidade? Até quando nossas crianças ficarão presas em apartamentos e casas, sem liberdade para brincar na rua, aprisionadas pelo medo, pela insegurança? E nós, jovens? Até quando teremos de por nossa vida em risco ao ir numa festa, ao conhecer alguém, até mesmo ao namorar alguém? Até quando casos como o da menina Isabela Nardoni, do menino João Hélio, da adolescente Eloar irão acontecer? Quantos ainda precisarão morrer para que o mundo mude? Quantas vidas ainda serão ceifadas até que o ser humano aprenda a amar?
Existem pessoas boas no mundo. Sim, existem muitas. Ainda existem pessoas que tentam ser melhores a cada dia. Mas a pergunta é: até quando? Até quando as boas pessoas irão resistir? Tantas pessoas inicialmente boas já foram corrompidas. Outras tantas vem sendo corrompidas diariamente, porque hoje em dia quem quer ser bom sofre tanta retaliação! São tantas as ofertas do mundo! E infelizmente as boas ações nem sempre são divulgadas... Preferem veicular notícias ruins. Porque não veicular boas ações? Porque não nos dar esse sopro de esperança?
Mostrem os que cuidam do mundo, mostrem os seres humanos que lutam para ajudar os outros! Mostrem os que dão de comer a quem tem fome, mostrem os que vestem aqueles que têm frio! Mostrem aqueles que combatem as drogas, a pedofilia, a corrupção! Mostrem os que cuidam dos doentes, os que evangelizam os penitenciários! Mostrem aqueles que oferecem chances para os desacreditados! Mostrem aqueles que amam e se deixam amar, sem medos e sem reservas! Mostrem esses, que não são perfeitos, é verdade. Mas que se tornam admiráveis porque tentam ser melhores, porque não se deixam abater!
Nossas crianças precisam de bons exemplos. Nós jovens precisamos ter em quem nos espelhar. Precisamos de quem nos ensine que o caminho para a reconstrução do mundo é aprender a amar! Por favor, ensinem-nos isso, para que amanhã não seja tarde demais.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

"Tu te tornas responsável por aquilo que cativas."

Hoje me deparei com uma parte do livro "O Pequeno Príncipe". A temática era exatamente a do título deste post: "Tu te tornas responsável por aquilo que cativas". Mas, o que é cativar? O principezinho fez essa mesma pergunta à raposa. E essa foi - a espetacular - resposta:
"É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo. Minha vida é monótona (...). Mas se tu me cativas, minha vida será como cheia de sol. Conhecerei o teu barulho de passos, que será diferente dos outros. Os outros me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando tiveres me cativado. O trigo, que é dourado fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo..."
Como não refletir sobre isso, depois de uma resposta tão linda, tão apaixonada, tão... cativante?! A quanto tempo não cativamos alguém? A quanto tempo não somos cativados? A quanto tempo não vemos os relacionamentos dessa maneira tão profunda, tão poética?
"E a raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:- Por favor... cativa-me! Disse ela."
Porque nunca pedimos para ser cativados? Porque toda essa vergonha, esse medo de demonstrar o desejo de ser parte da vida de alguém? Porque não ser como a raposa, e pedir, que, por favor, alguém nos cative? Porque não aceitar ser cativado por alguém? Porque essa resistência em ser cativado, em se deixar cativar?
"Bem quisera, disse o principezinho, mas não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer."
Porque é mais fácil ser como o príncipe, e se preocupar com tantas coisas, e se esquecer da beleza de cativar e ser cativado? Porque não ser a raposa, que pede, que demonstra a vontade de ter um relacionamento nada superficial? Será que é porque dá mais trabalho, requer mais tempo? E não temos tempo para nada, não é? A pressa nos corrompe e nos corrói... Pressa em viver, pressa em conquistar relacionamentos, pressa para conhecer as pessoas, pressa para respirar!
"Mas a gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa."
Queremos descobrir amigos, queremos conhecer as coisas... mas não queremos usar nosso tempo para cativá-las! E de nada adianta, porque o que não cativamos, não conhecemos de verdade.

Você já cativou alguém? Você já se deixou cativar?

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Confuso, e só.

Há pessoas que passam e pessoas que ficam. Pessoas que vem, pessoas que vão, mas continuam presentes na lembrança, na saudade, no pensamento, na memória. Pessoas inesquecíveis que muitas vezes a gente acaba esquecendo. Pessoas sensíveis que muitas vezes machucamos. Pessoas que às vezes nos machucam, também. Mas pedem perdão, e perdoam, e querem acertar. É isso. Às vezes erramos porque queremos acertar. Pessoas que entendem, que compreendem, que gostam de ajudar. Pessoas queridas, mas tão queridas, um amor tão grande que chega a doer. Pessoas que vivem, que convivem, que querem viver. Uma vida bem-vivida. Pessoas com sede, não sede de vinho de mil dólares, mas pessoas comuns, com sede de felicidade e de plenitude e de abundância. Gente simples, gente como a gente, que no final de tudo só quer mesmo é ser feliz. Gente que sabe ser gente, gente que é eterna aprendiz. Gente de verdade, que ri que chora que ama que não tem vergonha de ser quem é. Gente que transparece a alma e deixa a aura transparecer. Para cada pessoa, um momento, às vezes muitas pessoas cabem num único momento, também. E em alguns momentos não cabe ninguém. Apenas nós mesmos. As pessoas estão aí, estão aqui, e elas nos fazem melhores. Tenho certeza. Com cada uma aprendemos, ensinamos, dividimos, somamos, compartilhamos, multiplicamos. Pessoas que pensam sem egoísmo, pessoas que sabem que no mundo há lugar para todos, basta deixar que todos encontrem o seu lugar. Pessoas que amam os seus filhos mas esquecem de amar os filhos dos outros. E esquecem também que os filhos dela não viverão sós, esquecem que seus filhos viverão com aqueles a quem ela não amou e não ensinou a amar. Gente que ama e ninguém percebe, gente que não ama e não tá nem aí. Gente que vê a falta de amor e acha que tá tudo bem. Gente comum, gente como a gente. Um estranho que de repente se torna um amigo, um amigo que de repente se torna um estranho. Às vezes somos estranhos a nós mesmos. E assim vivemos na Terra, esse planeta dominado pelas pessoas, que muitas vezes querem dominar as outras, mas esquecem de dominar primeiro a si mesmas. Esquecem de dominar os seus maus instintos, as suas más paixões. E muitas vezes porque não dominaram a si mesmas perdem as pessoas que amam.
É confuso, mas é a vida.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010


As coisas verdadeiras são sempre as melhores. E as mais especiais, também. É verdadeiro aquele sentimento que nos faz flutuar, voar mesmo com os pés no chão. É verdadeira aquela ideia que nos enche de orgulho, por ter nascido -tão original!- em nossa mente. É a verdadeira a nossa melhor amizade, aquela que enche o coração e nos fazer perceber o quanto somos importantes para alguém. É verdadeiro o entusiasmo que sentimos quando percebemos o quão maravilhosa é a vida e a oportunidade de viver, de errar, de aprender, de acertar, de conviver. Foi verdadeira também aquela noite de tristeza, todas aquelas lágrimas da alma. Ali aprendemos que não há noites eternas, que depois da tempestade o céu está ainda mais azul; aprendemos que depois do outono as folhas nascem mais verdes do que antes, percebemos que para aprender algo extremamente importante foi necessário toda a dor e sofrimento daquela noite. Mas passou. Também é verdadeira a satisfação que sentimos quando nos damos conta disso. Foi a verdadeira a nossa festa mais divertida, a sensação deliciosa percebida através da comida preferida, do sorvete mais esperado. E é claro que a coisa mais linda e mais verdadeira do mundo é o sorriso de uma criança. As coisas falsas, essas nos deixam com a estranha sensação de "há algo errado aqui". Claro que sim, pois algo falso jamais terá o encanto e a magia daquilo que é essencialmente verdadeiro. As coisas falsas não conseguem nos fazer felizes. Porque ninguém quer um falso amor, uma falsa felicidade, uma falsa sensação de bem estar, um falso sucesso, uma falsa vida. O melhor de viver é aproveitar a oportunidade de desfrutar de todos os momentos de forma verdadeira e nada superficial. Com intensidade, com paixão, com alegria. Com vida. Só então seremos capazes de olhar para trás e dizer com os olhos (porque esses não mentem!):

Valeu a pena!

"Quanto a vós, preocupai-vos com tudo aquilo que for bom e verdadeiro." O que não for, deixemos passar.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Muitas pessoas são julgadas pelo que falam, pelo jeito que se vestem, pelas coisas que fazem. Às vezes, são julgadas apenas por emitirem suas próprias opiniões, por serem como são, por seu aspecto físico! O fato é que ninguém está livre de encarar o julgamento da sociedade, que pensa saber exatamente o que é bom ou mau, o que é certo e o que é errado... o que é melhor para todos. Só que o que a sociedade não sabe (ou tenta ignorar) é que isso faz as pessoas sofrerem. As pessoas que são julgadas, muitas vezes calam seu "eu" interior, suas vontades, seus desejos e começam a tentar pensar da mesma forma de quem a julgou. Tudo isso para evitar o sofrimento de ser julgado novamente. E é assim que acabamos perdendo nossa essência... deixamos de ser verdadeiramente nós mesmos para passar a sermos um esboço dos desejos e ideais a que estamos socialmente expostos. Deixamos de fazer o que queremos para fazer aquilo que eles querem que nós façamos! De repente, notamos que perdemos alguma coisa ao longo desse processo. Onde está aquela garota espontânea, divertida, simples e alegre que cativava as pessoas? Perdeu-se. Era considerada "feliz demais", foi julgada escandalosa e nada delicada. Acabou se tornando reservada, tristonha e amarga, até. E o que dizer sobre o rapaz que dançava com tanto entusiasmo e com tanta animação? Foi tolhido por alguém que algum dia reprovou sua atitude, e deixou de ser o rapaz dançarino para ser apenas o que alguém queria que ele fosse. Sim, muitas coisas são perdidas nesse processo. Coisas como: autenticidade, alegria em ser quem se é, espontaneidade, auto-estima. E o que perdemos são coisas essenciais à felicidade. Então, notamos que estamos diferentes, e passamos a nos perguntar em qual esquina da vida perdemos a nossa espontaneidade, a nossa "marca registrada". Porque, se nos deixarmos levar por essa onda de massificação, que nos diz como e quando devemos ser, é isso que nos tornaremos: inevitável e sem graçamente iguais. Por isso, assuma, por sua conta e risco, sua essência, seja quem você é. Desencane de tentar ser o modelo social imposto. Aquele modelo pode ser lindo e admirável, mas do que adianta? Ele não é você. Assuma-se. Você poderá não ser amado por todos... mas com certeza será mais feliz. E livre para ser quem você quiser.
Let's be!

domingo, 17 de outubro de 2010

Sobre o blog.

É interessante observar os caminhos da vida. Fiz esse blog há alguns meses sem a certeza de que queria realmente dividir minhas ideias e sentimentos, percepções a respeito de tudo aquilo que nos cerca. Eu tinha dúvidas, muitas dúvidas. Seria julgada? E como explicaria tantos sentimentos contraditórios, irrequietos, que ocupam minha alma? Também me perguntava: o que uma menina de dezesseis anos sabe da vida?! Bem, pensei até em excluir este blog milhões de vezes, mas algo me manteve aqui. Uma vontade, uma necessidade, até. De escrever, na louca e desesperada tentativa de compreender a vida. Eu esperava me conhecer melhor ao escrever cada um dos meus textos. E eu me conheci. É bem verdade que descobri que não sei mesmo nada sobre a vida, mas descobri também que no fundo ninguém sabe. E descobri que o melhor da existência é mesmo a possibilidade da descoberta. E aos poucos fui me apaixonando pelo 'Deixa a Alma Respirar'. E pensar que tantas vezes pensei em mudar o título! Hoje sei que ele se encaixa perfeitamente à minha necessidade e à de muitas outras pessoas que acompanham o meu blog. Todos querem, de uma maneira ou de outra, deixar a alma respirar. Extravasar sua essência, seus sentimentos, sem medo de ser ridicularizado ou julgado; buscar descobrir a si mesmo e ao próximo, tentar entender (pelo menos por um segundo) aquilo que atormenta, perturba e tira o sono, mesmo que minutos depois nos demos conta de que é impossível compreender a vida, afinal de contas.

Esse blog tão querido e que tanto me ajudou, me deu uma enorme alegria nesta semana: tive um dos meus textos ("Desejo de Felicidade" - http://deixaaalmarespirar.blogspot.com/2010/05/hoje-eu-acordei-com-o-desejo-de-ser.html) publicado na revista Atrevida deste mês de Outubro. É mágico pensar que algo que surgiu de maneira tão espontânea e até mesmo inesperada possa ter sido capaz de realizar um sonho. Sim, sempre sonhei em ter um dos meus textos publicados, pois todos eles são uma parte importante do meu inacabado e incompleto ser.

Deixo aqui os meus agradecimentos a todos que, através de comentários e de acesso ao blog, me incentivaram a continuar escrevendo. Agradeço a vocês, que abraçaram comigo a doce missão de deixar a alma respirar. Vamos seguir assim e ver aonde a vida nos levará.

Com enorme carinho,

Ana Teresa Viana

sábado, 9 de outubro de 2010

O céu é o limite.

Qual é o limite para as reações, os sentimentos? Qual o limite para a dor, angústia, raiva, desespero? Qual o limite para o amor, compreensão, amizade, superação? O céu é o limite. Por mais que todos tentem se controlar o tempo todo, por mais que reprimamos nossos maus ímpetos, nossas más vontades, por mais que tentemos ter o controle, parece tudo fugir do nosso alcance humano, cruelmente humano. E nos deparamos com uma realidade avassaladora: não podemos controlar a vida. Simples e somente. A vida não pode ser controlada, não podemos controlar a vida. E às vezes, só às vezes, que fique claro, é bom ver que alguma coisa ainda é incontrolável. Porque o homem se acostumou com a ideia de controlar o universo, e por isso é tão frustrante ver que algumas coisas se recusam a ser domadas. É frustrante mas é bom. Isso me mostra que estou viva, que não sou uma pedra de gelo, e sim uma menina de dezesseis anos, cheia de vontades, de emoções, de dúvidas, cheia dessa humana condição. Isso me mostra que não devo esperar certeza de todos os momentos, porque não é certo. Mostra também que há coisas que simplesmente fogem e fugirão para sempre do meu controle, quer eu queira, ou não. Cá entre nós, há coisas que não mudam nunca. Só o que muda é a maneira de encará-las. Com maturidade ou com infantilidade, com lágrimas ou com um sorriso desafiador. Levantar e recomeçar ou esconder-se debaixo da cama chorando por doze meses. Quer saber? É questão de opção.