Quando mais novos ou mais inexperientes, temos uma certa tendência a achar que, para merecer o nosso amor, as pessoas têm de ser perfeitas. E de fato buscamos a perfeição em cada um que encontramos, e até mesmo exigimos a perfeição em alguns casos. Daí surgem as decepções, as frustrações, pois idealizamos um ser perfeito, em seus pensamentos e suas atitudes, e tudo o que encontramos por aí são seres humanos, tão imperfeitos quanto nós mesmos. No início, nos recusamos a admitir que todos temos defeitos, assim como temos qualidades. Pensamos que um dia irá surgir o príncipe de nossas vidas, que nos compensará por todos os "sapos" encontrados pelo caminho. Detalhe: esse príncipe é exatamente aquele que idealizamos. Irremediavelmente perfeito.
Mas o tempo passa, as estações mudam, e com as estações mudam também nossos pensamentos, nossas idéias... Começamos a pensar na possibilidade da inexistência da perfeição... Até que um dia nos deparamos com a nossa própria imperfeição, e então descobrimos que não devemos esperar a perfeição dos outros. Então fica mais fácil ser feliz.
Eu me dei conta de que as pessoas que amo não são nem de longe perfeitas... Nem sempre são as mais belas, as mais inteligentes, as mais amáveis, as mais delicadas... não são heróis ou heroínas. São simplesmente seres humanos que respiram, falam, andam, sentem, amam, choram, ficam nervosos, riem, encantam, decepcionam, erram, acertam, falham, magoam, ficam magoados, pedem desculpas, perdoam...
Eu me dei conta de que o amor não tem nada a ver com perfeição. E que ninguém precisa ser perfeito para ser amado.
Na verdade, o amor liberta da obrigação da perfeição. E com isso, torna nossas vidas mais belas, mais fáceis, e mais prazerosas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Esse espaço é seu. Exponha suas idéias, suas opiniões. Livremente, sem medo. Deixa a Alma Respirar!