Bem vindo ao meu universo! Neste blog você encontrará textos de autoria de Ana Teresa Araújo Viana. Alguns textos são reflexões sobre diversos assuntos, outros são apenas o resultado de alguma madrugada inspiradora. Sem mais delongas, Deixa a Alma Respirar!







sábado, 27 de novembro de 2010

Para um ilusionista.

Artur,

Devo admitir que essa é a carta mais estranha que já escrevi.
Não sei bem porque a escrevo. Talvez seja simplesmente porque amo o jeito como a caneta arranha o papel, talvez seja porque o tempo me faz sofrer passando tão devagar, tão sem você. Acho que é isso: escrevo porque tenho saudades.
Saudades, Artur. Saudade do dia em que te vi pela primeira vez. Tantas pessoas ao meu redor, e eu fui notar logo você, logo você. O Artur sem graçamente normal; nem o mais bonito, nem o mais inteligente, veja só, Artur, todos diziam que você não tinha nada de especial. Mas e esse seu sorriso, Artur, sorriso de um milhão de watts, capaz de iluminar a cidade inteira? E toda a sua espontaneidade arrebatadora, todo o seu mistério envolvente, você, você que era a contradição ambulante? Eu não pude fazer nada, Artur. Você parecia irresistível. Impossível não sorrir com o seu sorriso, impossível não se apaixonar.
E Deus sabe que eu jurei milhões de vezes não me deixar levar. Eu prometi que te esqueceria, Artur, mas a promessa foi rasgada em mil partes, rasgada por mim, juntamente com todos aqueles poemas que fiz para você. A verdade é que eu fui a garota errada, Artur.
Totalmente precipitada, jovem e romântica, simplesmente a garota que não soube encobrir seus sentimentos. Talvez eu continue sendo a mesma garota errada, errando ao ter saudades de você. Ah, Artur, mas se eu pudesse voltar no tempo, eu teria feito tudo de novo. Choraria as mesmas lágrimas, até mesmo mais doídas. Escreveria os mesmos poemas, talvez até mais apaixonados, e novamente os rasgaria em pedacinhos. Eu faria quase tudo igual, exceto por uma coisa: eu jamais teria dito a você que te amava. Porque hoje eu vejo, Artur, ah, eu vejo que você não estava pronto. Talvez você nunca esteja pronto, Artur, não para mim. Não para me amar. Mas você escondeu essa verdade de mim por muito tempo. Tempo demais. Você era um ilusionista, Artur. Um ilusionista, e dos bons.

Samanta.

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