Gostaria de ter parado o tempo. Sim, parado o tempo, congelado a vida em seu instante mais gentil e mais belo. Parado o tempo naquelas tardes doces de outubro, na infância apressada, porém terna. Viver pra sempre aquela água daquela piscina -tão pequena, meu Deus!- mas que parecia um oceano de imensidão. Água demais, sol demais, diversão demais, felicidade demais, e uma piscina pequena. Pra ser feliz bastava a piscina. Ah, e a bola azul escolhida a dedo. Que estranho pensar que meu mundo já foi do tamanho daquela bola. Que saudade pensar que minha felicidade já foi do tamanho de uma tarde doce de outubro! Outubro costumava ter tardes intermináveis, deliciosas. Mas as tardes de outubro diminuíram com o passar dos anos. Agora as tardes de outubro passam tão rápido, que estamos em novembro, e eu nem as vi passar. Não podemos esquecer dos oito anos e da praia. Então, era só do mar que eu precisava. Um pouco de mar, um pouco de sal, um tantinho de areia, e uma onda gigante. A onda que levava a gente pra praia, empurrada, à força. A tia que vinha buscar a gente na areia, tá tudo bem, então vamos voltar pro mar. Saudade da época em que medo era só de uma onda gigante! Até o medo era azul. Eu não sabia que teria medo de coisas mais graves que uma onda gigante. Saudade da época em que a tia buscava na areia e tava tudo bem, vamos voltar por mar. Saudade da época em que solução era o colo da mãe, que choro era por causa do joelho ralado. Ah, joelhos machucados se curam mais rápido do que corações partidos! Eu não sabia que existia dor pior do que a dor de um machucado. Mas viria a saber. O nível mais alto de ansiedade era aquela vontade enorme, do tamanho da onda gigante. Vontade de crescer, fazer logo 15 anos e ser a moça bonita da bolsa a tiracolo, do sapato de salto alto. Ninguém me contou que crescer trazia responsabilidades maiores. Ok, alguém deve ter me contado, mas eu não ouvi. Não ouvi também dizerem que a bolsa a tiracolo às vezes é pesada demais para se carregar, que o sapato de salto alto machuca e que a moça bonita não fica bonita sempre, e que ela também não tem todas as respostas. Pelo contrário. A moça bonita é apenas mais uma moça buscando suas respostas, tentando se encontrar. E isso é mais difícil do que fazer dever de matemática, mais difícil do que acordar cedo, mais difícil do que ser criança. Tão mais. Nem me dei conta do quanto gostava da piscina pequena. Nem das vantagens de não saber falar otorrinolaringologista! Época simples, até demais pro gosto daquela criança apressada. Só depois fui descobrir que as coisas simples são sempre as melhores, e que às vezes basta uma piscina pequena pra ser feliz.
Porque escrever é uma terapia. Cura a alma de quem lê. Cura a alma de quem escreve.
Bem vindo ao meu universo! Neste blog você encontrará textos de autoria de Ana Teresa Araújo Viana. Alguns textos são reflexões sobre diversos assuntos, outros são apenas o resultado de alguma madrugada inspiradora. Sem mais delongas, Deixa a Alma Respirar!
Muito legal essa sua foto. Gosto de fotos assim.
ResponderExcluirParabéns!!
Me segue lá.
lentecontato.blogspot.com
Ei, obrigada :)
ResponderExcluirTô seguindo o seu blog!
Parabéns por ele também!
A cada palavra que leio mais me encanto com a sua visão da vida! Concordo... a felicidade vem das pequenas coisas... daquelas que às vezes deixamos passar por serem tão pequenas!
ResponderExcluirVocê está de parabéns!!!
Já estou te seguindo e já sou sua fã! :)
Oi Bruna!
ResponderExcluirObrigada! Que bom que está gostando do blog!
Eu também sou sua fã, acompanho o Entrelinhas e Palavras e devo dizer que é um blog de alta qualidade! Parabéns por ele!
Beijos!
simplesmente amei muito fofo
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