Dai-me por favor somente aquilo que for simples. Do que é complexo eu já cansei. Dai-me por favor o canto do sabiá livre na mata. Dai-me por favor a liberdade dos sabiás engaiolados - o que é mesmo que o homem tem contra os seres livres?-. Dai-me por favor a delícia daquele sorriso, dai-me por favor felicidade pra mais de mês. Dai-me por favor menos conhecimento, eu quero infinitamente saber menos e sentir mais. Aliás, dai-me, por favor, mais conhecimento dos sentimentos, das emoções, das sensações. Dai-me sinestesia! Dai-me por favor a sabedoria daqueles que vivem muito. Mas antes, dai-me a graça de viver bem. Dai-me muitos dias de Natal, mais que isso, dai-me a capacidade de enxergar o Natal de cada dia. Dai-me também a maciez da chuva quando toca o chão, aquela maciez de quem toca corações a cada pingo. Dai-me sensibilidade. Dai-me viver menos prosa. Oh, por favor, dai-me viver poesia.
Que lindo texto! Aliás, como tudo que você escreve. Lindo e com uma pitadinha de melancolia. Aquela melancolia dos poetas que com palavras certeiras (como as suas neste texto) conseguem dizer tudo aquilo que a gente sempre quis dizer. Você tem sede de vida, Ana! Não se prive dela, nunca! Não tenha medo de usufruir dela; afinal, você já sabe até onde deve ir e para onde ir. Viva, viva, viva o mais intensamente que puder. E não deixe que nada nem ninguém a impeça de ser verdadeiramente feliz.
ResponderExcluirBjos.
Você é incrivel seus texto são maravilhosos , adorei seu blog de verdade (:
ResponderExcluirhttp://thoughtsfree2.blogspot.com/