Hoje é dia de desligar o celular, de me jogar na cama e curtir uma solidão.
- É que às vezes eu me canso sem saber.
E não responderei a nenhum e-mail, não, não retornarei nenhuma ligação, não me lembrarei daquele velho compromisso.
- Hoje eu decidi que é domingo.
E hoje, sinceramente, não tenho vontade de saber como ninguém está, não tenho vontade de conversar com ninguém.
- É que às vezes as pessoas se cansam umas das outras.
Por hoje eu também não vou sonhar, quero apenas a tranquilidade de um sono sem sonhos.
- É que quero evitar a desilusão ao acordar.
Também não mendigarei qualquer amor, qualquer pedaço de atenção.
- É que hoje pretendo disfarçar esta carência.
E me jogo num canto, quase feliz... e ali fico a vegetar. Horas, minutos, segundos. Todo o tempo do mundo é meu.
Decido evitar pensar.
Não consigo evitar sentir.
Tédio, mormaço, arroz com feijão.
Tudo no mesmo lugar. Tudo como sempre esteve, tudo como sempre estará. (?)
Medo. Vontade de sair correndo, quebrando a rotina com passos apressados.
Mudança. Urgência.
Pressa de felicidade.
As vezes eu me canso de ser gente, dá vontade de pedir pro mundo parar de girar, sentar sobre o globo terreste com as pernas penduradas e ficar só observando. Em dias assim, a vontade que dá é mergulhar dentro de nós mesmos, no mundo que nós construímos. É cansativo esse negócio de ter que estar sempre bem, cumprir todos os compromissos sociais, fingir sempre estar contente com todos os acontecimentos do mundo e do nosso dia. Mas felizes daqueles que sabem que o melhor refúgio é sempre nosso recanto interior, nada mais terno, nada mais reconfortante que encontrar com a gente mesmo em alguma esquina da nossa própria alma. Quebre sempre a rotina, mude, seja feliz! Como sempre, me identificando muito com suas palavras.
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