Porque escrever é uma terapia. Cura a alma de quem lê. Cura a alma de quem escreve.
Bem vindo ao meu universo! Neste blog você encontrará textos de autoria de Ana Teresa Araújo Viana. Alguns textos são reflexões sobre diversos assuntos, outros são apenas o resultado de alguma madrugada inspiradora. Sem mais delongas, Deixa a Alma Respirar!
domingo, 29 de maio de 2011
Vãs filosofias.
Tédio vespertino. Cochilo adiado, sono que vem, quase pára, mas continua seu caminho - indiferente, amolador. Danado de sono que não chega logo!
Jogada na cama, travesseiro por cima da cabeça, a garota tenta ordenar os pensamentos. Por quê o sono não chega logo, Meu Deus?! Precisava descansar, logo o seu horário de almoço teria fim e mais uma tarde de estudos teria seu início. Ela estava exausta, entretanto não conseguia pegar no sono. Que engraçado! Por quê será que o sono não vem quando a gente mais precisa dele? E por quê será que esse vinha, sem ser convidado, justamente na aula de Matemática?! Ela gostaria de saber a resposta.
Tentou esvaziar a mente. Havia lido num livro - o qual esquecera o nome - que esvaziar a mente de todo e qualquer pensamento era essencial para dormir bem. Droga, essa era uma tarefa realmente difícil para uma garota de dezessete anos. Tudo o que fazia era pensar... sua mente sempre abarrotada de pensamentos, em sua maioria inúteis. Pensar lhe era tão natural quanto respirar. Mal acabou de pensar esse pensamento, teve uma crise de risos. Que conversa de doido era aquela? Imaginou a cara de seus amigos se eles pudessem passear por sua mente. Com certeza iriam dizer que ela era estranha demais. E daí? Sabia que era estranha. Mas adorava ser estranha, todavia.
De repente, um som cortou o ar, e na sequência, cortou os pensamentos da menina.
O Hino Nacional... Distante, fraquinho, quase um sussurro em seus potentes ouvidos. Entreabriu os olhos. Ali o seu quarto, seu mundo, seu recanto. Na janela, sua cidade se fazia notar. Engraçado! E se ela tivesse nascido em outro país?! Melhor, quem decidira fazê-la nascer justamente no Brasil? Haveria nisso algum propósito, ou seria um simples fato que de nada importava? Será que nos Estados Unidos, na Etiópia, na Inglaterra, melhor ainda, no Japão, será que haveria garotas nesses países pensando o mesmo que ela nesse exato segundo? Como seria seu quarto, sua casa, sua família, se houvesse nascido em algum outro país? E sua aparência? Seria diferente? E sua alma, continuaria a mesma? Estaria pensando tudo isso se fosse fisicamente diferente do que o espelho lhe mostrava?
Riu sozinha. Ai ai, esses pensamentos confusos que lhe invadiam feito vontade de comer doce, de vez em quando. Essas vontades que a gente não consegue conter. Os pensamentos eram assim mesmo: uma enxurrada de coisas estranhas que ela não sabia de onde vinham. Mas estavam ali. Disso tinha certeza.
Ai, meu Pai. Que coisa incrível que era a vida, né? Que coisa incrível, incrível, incrível. Saber que tudo poderia ser extremamente diferente do que é, mas que por algum motivo obscuro a ela, tudo era só e simplesmente aquilo que era. Ah não, de novo não. Tá vendo só? Ela era estranha mesmo. Os amigos estavam certos. Parecia que não falava coisa com coisa. Melhor sair da cama, não ia dormir mesmo. Ir fazer algo útil, isso sim. Mas de uma coisa ela sabia: a vida era incrível, incrível, incrível, mesmo que a maioria das pessoas nunca pensasse nisso.
terça-feira, 24 de maio de 2011
Tranças douradas.
Vou. Quase volto. Olho de soslaio, pura indecisão.
A palavra quase salta, os lábios quase abertos, mas eu penso, repenso e resolvo que não.
Começo a ensaiar meus próximos passos. Se vou? Se fico? Se não fico, eu vou, mas se vou eu quase fico (nunca irei por inteira). Há sempre uma parte de mim que insiste em não-saber. A outra parte grita, diz urgência, pede atitude, tem sede de decisão, cobra mais lugares, mais pessoas, mais gestos queridos, mais coragem. Mais, mais, mais. Ousada metade do meu ser, sempre querendo tudo o que o meu eu inteiro não consegue dar.
A outra parte, gêmea coitada. Sem certezas, tímida de fazer dó. Sempre corrigindo as travessuras impulsivas da irmã deslumbrada. É ela quem me ruboriza as faces, me torna desajeitada e propensa a tropeções. É ela quem me sopra aos ouvidos:
"- Indecisa! Simplista! Sem sal!"
Desastre em potencial.
E eu, eu mesma, sobro inteira e dividida, eternamente dividida, mera platéia de uma briga entre duas gêmeas levadas.
A palavra quase salta, os lábios quase abertos, mas eu penso, repenso e resolvo que não.
Começo a ensaiar meus próximos passos. Se vou? Se fico? Se não fico, eu vou, mas se vou eu quase fico (nunca irei por inteira). Há sempre uma parte de mim que insiste em não-saber. A outra parte grita, diz urgência, pede atitude, tem sede de decisão, cobra mais lugares, mais pessoas, mais gestos queridos, mais coragem. Mais, mais, mais. Ousada metade do meu ser, sempre querendo tudo o que o meu eu inteiro não consegue dar.
A outra parte, gêmea coitada. Sem certezas, tímida de fazer dó. Sempre corrigindo as travessuras impulsivas da irmã deslumbrada. É ela quem me ruboriza as faces, me torna desajeitada e propensa a tropeções. É ela quem me sopra aos ouvidos:
"- Indecisa! Simplista! Sem sal!"
Desastre em potencial.
E eu, eu mesma, sobro inteira e dividida, eternamente dividida, mera platéia de uma briga entre duas gêmeas levadas.
sexta-feira, 20 de maio de 2011
O que consola.
O que consola é saber que ainda existe você. Que entre tanta gente sem graça, sem tempero, ainda existe você. Consola saber que no meio de tantas vozes indiferentes ainda existe a sua. Saber que apesar de tantos peitos vazios, o seu ainda guarda um coração. Ter certeza de que você estará lá, mesmo que não haja ninguém. Consola saber que vou ganhar o seu abraço no final daquele dia difícil. O que consola é saber que ainda existe você, que acho suas idéias o máximo; o que consola é saber que você se preocupa sinceramente comigo. E que não vai me abandonar, mesmo que pareça o certo a fazer. O que consola é saber que ainda existe você, e que ainda vou te encontrar. Consola, e faz sorrir. Faz valer a pena. Faz não desistir.
quarta-feira, 18 de maio de 2011
Bad Hair Day³
Hoje é dia de desligar o celular, de me jogar na cama e curtir uma solidão.
- É que às vezes eu me canso sem saber.
E não responderei a nenhum e-mail, não, não retornarei nenhuma ligação, não me lembrarei daquele velho compromisso.
- Hoje eu decidi que é domingo.
E hoje, sinceramente, não tenho vontade de saber como ninguém está, não tenho vontade de conversar com ninguém.
- É que às vezes as pessoas se cansam umas das outras.
Por hoje eu também não vou sonhar, quero apenas a tranquilidade de um sono sem sonhos.
- É que quero evitar a desilusão ao acordar.
Também não mendigarei qualquer amor, qualquer pedaço de atenção.
- É que hoje pretendo disfarçar esta carência.
E me jogo num canto, quase feliz... e ali fico a vegetar. Horas, minutos, segundos. Todo o tempo do mundo é meu.
Decido evitar pensar.
Não consigo evitar sentir.
Tédio, mormaço, arroz com feijão.
Tudo no mesmo lugar. Tudo como sempre esteve, tudo como sempre estará. (?)
Medo. Vontade de sair correndo, quebrando a rotina com passos apressados.
Mudança. Urgência.
Pressa de felicidade.
domingo, 8 de maio de 2011
Alone.
Às vezes é preciso simplesmente assumir suas opiniões, seus gostos e desgostos. Mesmo que incomode, que machuque um pouquinho. Mesmo que não haja ninguém para concordar, para dizer que apoia, que conte comigo. Às vezes, tudo o que se pode fazer é seguir em frente, mesmo que sozinho, e pagar pra ver.
(Porque às vezes permanecer firme em minhas convicções me parece tão necessário quanto respirar.)
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