A vida é feita de momentos. Momentos se sucedem uns aos outros, incessantemente. Eles vem, reclamam espaço em nossa existência, nos fazem vivê-los e depois se vão. Sim, eles se vão, sem pedir licença, sem avisar com antecedência... Simplesmente no amanhecer de um novo dia, percebemos que aquele que foi o nosso momento por tanto tempo, não está mais ali. Ele se foi.
A vida é feita de pessoas, pessoas que entram na nossa vida de repente, roubam afeto da gente, se fazem acostumar... nos acostumamos a elas. Elas estão por aí, e com elas, vivemos, amamos, sorrimos, sofremos, choramos. Cometemos o erro de pensar que elas estarão sempre por aqui, que nunca nos deixarão. Mas a vida não é um contrato, e em cada novo segundo recém-inaugurado, elas acabam saindo... vão-se indo. Não se foram de repente. Elas se foram há muito tempo, só que descobrimos isso tarde demais. Não adianta se lamentar... elas não vão ficar. Não querem, não podem, ou não necessitam mais. O momento delas já passou. O momento de outras pessoas virá. A vida é mesmo um ciclo, uma constante, um recomeçar.
Porque escrever é uma terapia. Cura a alma de quem lê. Cura a alma de quem escreve.
Bem vindo ao meu universo! Neste blog você encontrará textos de autoria de Ana Teresa Araújo Viana. Alguns textos são reflexões sobre diversos assuntos, outros são apenas o resultado de alguma madrugada inspiradora. Sem mais delongas, Deixa a Alma Respirar!
quinta-feira, 24 de junho de 2010
terça-feira, 8 de junho de 2010
terça-feira, 1 de junho de 2010
Um conto.
Observava a garota em silêncio e com a tranquilidade de alguém que sabe ser invisível. Analisando a menina, encontrou determinação e uma face bela, com traços atrevidos. Alguma idade, pensou. Tentou precisar a quantidade de anos vividos pela garota. Percebeu ser isso uma tarefa desnecessária e inútil. "Ela viveu tempo suficiente para aprender com seus erros; porém não o tempo necessário para errar o suficiente." Tocou a alma da moça; perscrutou seu coração. Surpresa e uma certa solidariedade se apossaram do observador. Olhou novamente para o rosto da garota, desta vez, prendendo-se a detalhes. Olhos profundos, descrentes, escuros. Pele rosada, embora imperfeita. Cabelos de ondas castanhas emolduravam aquele semblante. Bonita, não havia dúvidas. Olhou para a garota mais uma vez, e não conseguiu encontrar em seu aspecto físico qualquer relação com a alma ferida que ali se alojava. Quem poderia imaginar que dentro de alguém tão belo poderia haver tantas chagas, tantas incertezas negras, tanto estranhamento, tanta insegurança quanto a um futuro incerto e nebuloso? Por um instante, teve pena da menina. Sentiu seu destino, e ele lhe parecia árduo, apesar de inacabado. Porém, sabia ser isso algo natural. "Afinal, esse é o preço que pagam os nascidos na incomum raça dos Diferentes," pensou com sabedoria. Sabia que aqueles olhos escuros não viam o que todos achavam ver. Viam além. Certificou-se que aquele coração em treinamento sentia intensamente, vorazmente, sensivelmente. Sentiu que aquela alma tinha sede e fome de verdade, de plenitude, de intensidade. Tudo isso selava a sorte da garota. Infelicidade. A palavra lhe era tão clara quanto sonora. Afinal, como pode ser feliz quem não se contenta com o que devia contentar a todos? Como pode alcançar a felicidade alguém que sente e pensa com mais firmeza e vontade que os demais? "Sim, a felicidade foi feita para poucos", concluiu. Uma menina assim, não pode mesmo ser feliz.
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