Porque escrever é uma terapia. Cura a alma de quem lê. Cura a alma de quem escreve.
Bem vindo ao meu universo! Neste blog você encontrará textos de autoria de Ana Teresa Araújo Viana. Alguns textos são reflexões sobre diversos assuntos, outros são apenas o resultado de alguma madrugada inspiradora. Sem mais delongas, Deixa a Alma Respirar!
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
É particular.
O importante é ser em particular. É ser sem alarde, ser não por pressão, ser porque assim desejamos. Ser o que desejamos. Toda essa vontade de agradar ao outro, toda essa pressão social que nos diz que devemos ser sempre sorridentes, agradáveis, legais, despreocupados, além de simpáticos, é claro... não leva a nada. Nunca seremos o bastante para todos; não se pode agradar a gregos e troianos. E mesmo que pudéssemos estar em harmonia com todos os seres do universo, mesmo que todos nos amassem, nos aceitassem e compreendessem, não seria garantia de felicidade. Essa é uma coisa que ninguém pode nos dar, nem mesmo os nossos mais belos sonhos. A felicidade vem de dentro, e é aí que ela está o tempo todo, mesmo enquanto procuramos como loucos por ela. Felicidade é particular. Por isso, vamos ser aquilo que realmente somos. Sem medo de mostrar nossos defeitos, nossas fraquezas, nossas qualidades, nossos acertos. Devemos buscar a cada dia aprimorar o nosso ser, mas para isso precisamos primeiramente admitir quem somos. Porque tanta resistência ao que, de fato, nos faz únicos? Porque mudar-se completamente, abdicar de você, de seus gostos, vontades, opiniões, abdicar de tudo aquilo que faz você ser o Fulano, querido por Ciclano, Abeltrano e mais outros tantos? É verdade que seu jeito não agradará a todos, mas isso é missão impossível, nem Jesus conseguiu, até hoje. Portanto, basta de massificação. Basta de querer ser igual a todo mundo. Assumamos, pois, o nosso verdadeiro eu. Amemos nossa essência, amemo-nos em primeiro lugar. Mas isso se você quiser, pois querer ou não ser assim, também é particular.
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
"Posso dizer, sem medo de errar, que rumino melhor do que falo. A palestra é uma espécie de peneira, por onde a idéia sai com dificuldade, creio que mais fina, mas muito menos sincera. Ruminando, a idéia fica íntegra e livre. Sou mais profundo ruminando; e mais elevado também. (...) Entretanto, tudo o que digo está longe da sublimidade com que ruminei. Oh! se todos ficássemos calados! Que imensidade de belas e grandes idéias! Que saraus excelentes! Que sessões de Câmara! Que magníficas viagens de bond!"
(Crônicas Selecionadas - Machado de Assis)
domingo, 12 de setembro de 2010
Não raramente, eu me sinto confusa e até mesmo um pouco assustada com a capacidade que as coisas têm de mudar. Tudo muda, o tempo todo. Nada permanece invicto, nada permanece intacto. Nada/ninguém foge à essa regra que parece reger o universo, a vida, as pessoas, as circunstâncias. Mudam-se as estações, mudam-se as pessoas, os relacionamentos, os problemas, os desejos, as alegrias, as tristezas. A quantidade de velas sobre o bolo de aniversário muda, a quantidade de vida existente em cada um muda também. O tempo é justo e injusto ao mesmo tempo: ninguém escapa de sua vontade, independentemente de cor, raça, religião, sexo, opção sexual. Mas ele vem chegando de mansinho, muda as nossas vidas, sem pedir licença, sem saber se desejamos essas mudanças. Ele simplesmente faz o que deve fazer: mudar tudo no mundo, irremediavelmente. E não sei se essas mudanças são sempre positivas; talvez um dia eu saiba, e, se eu souber, prometo contar. Ou melhor, não prometo nada. Se tudo muda, o tempo todo, não posso prometer nada, sob o risco de ter minha promessa invalidada pelas (in)constantes mudanças. Acho que é por aí: não vamos prometer, porque, no fim, descobrimos que não podemos cumprir. Quem garante que o sentimento não vai mudar, quem garante que tudo vai continuar no mesmo lugar? E, se de repente, não mais que de repente, a gente se descobrir numa nova dimensão, onde nada é uma constante, onde nada é pra sempre? Estaremos fadados à infelicidade, à confusão, à incerteza eterna? Tenho duas notícias, uma boa, uma ruim. A ruim é que estamos nessa dimensão e não há como fugir dela. A boa notícia é que é possível ser feliz. Cabe a nós descobrir como. Talvez esse seja mesmo o propósito da vida: descobrir a nossa maneira de ser feliz. Mas nada me tira da cabeça que bom mesmo seria se nada mudasse. Aliás, se as coisas boas não mudassem. Porque as ruins, essas tem de mudar, e pra melhor.
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